22 maio 2023 Sustentabilidade

Terceiro setor, alimentação sustentável e preservação hídrica foram debatidos no último dia de palestras

“A sustentabilidade não é uma atitude à parte do ser humano, ela é a humanidade. Foi quando nós separamos uma coisa da outra que começamos a errar”. 

Com essa definição sobre o que é sustentabilidade, Oreme Otumaka Ikpeng, indígena do povo Ikpeng do Xingu-MT, ativista ambiental e técnico em Agroecologia, enriqueceu a última noite do Uniso Experience Sustentabilidade, na sexta-feira (19), e resumiu toda a motivação do evento: voltarmos a olhar para a natureza e homem com unicidade. 

Com ele, Rosângela Batalha Braga dividiu o palco do Short Talks para explicar como a Rede Sementes do Xingu funciona. Esta é considerada a maior e mais diversa rede de coletores de sementes para reflorestar a Amazônia e o Cerrado do Brasil, conduzida quase em sua totalidade por indígenas mulheres.

As participantes do Talks, Viviane Rodrigues de Oliveira, da ONG SOS Itupararanga e a advogada Dra. Milena Ferreira Santos, membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB Sorocaba, falaram sobre como os recursos hídricos estão sendo protegidos e o quanto a gestão, pública, privada e do terceiro setor, precisam de união para direcionar esforços para preservação da água. 

Lucinda Silveira, do NEC (Núcleo de envolvimento Comunitário), fez um paralelo sobre a alimentação natural e produtos alimentícios, e ressaltou que quanto mais são consumidos produtos embalados, maior o descarte de materiais na natureza. 

Além disso, o uso de agrotóxicos na plantação é outro problema forte a ser discutido, pois poluem o ar e os lençóis freáticos, como também trazem inúmeros malefícios à saúde. 

Reflorestamento 

“Enquanto tivermos pessoas passando fome, não somos sustentáveis”, enfatizou Lucinda Silveira, que também esteve presente no Painel Principal. 

Ela e Oreme Ikpeng (ambos representantes do NEC), reforçaram também no Painel que o reflorestamento é parte fundamental para manter a saúde dos rios que perpassam os principais pontos de irrigação de áreas agroecológicas e, por esse motivo, as plantações devem ser orgânicas, respeitando a própria natureza e a frutificação por temporada, sem forçar produtos que não nasceriam fora de época, poluindo o leito do rio com agrotóxicos. 

Aline Borilho Carvalho, da Associação Voturaty Ambiental (Associação de Ambientalistas da Bacia do Rio Sorocaba e Médio Tietê), compartilhou que a associação realiza projetos de preservação também de mananciais, além da educação ambiental que é tão fundamental para gerar maior conscientização em todos. 

Como exemplo de ações para manter o meio ambiente restaurado, João Carlos Nagamura, do Instituto Refloresta, contou que há 15 anos o instituto cria em seus viveiros localizados em Capão Bonito e Pilar do Sul, mais de 150 espécies de árvores nativas da Mata Atlântica para contribuir com o reflorestamento. 

Mostrando que as boas práticas podem surgir de todos os setores, Simone Mendes Eurin, da Comissão de Meio Ambiente OAB mencionou que, apesar de relativamente nova, há um planejamento de situações que devem ocorrer em breve para contribuir com a sustentabilidade.

A pluralidade de ideias e ações ficou marcada nessa primeira edição do Uniso Experience Sustentabilidade, deixando claro a todo público que acompanhou o evento que ações já estão sendo realizadas, mas apenas a união e o fortalecimento de todos os setores fará com que os resultados sejam ampliados e, enfim, sejamos uma sociedade que não apenas discute, mas vive a sustentabilidade. 

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